domingo, 27 de noviembre de 2011

Rir

Rir? Pensamos alguma vez em rir? Quero dizer rir verdadeiramente, além da brincadeira, da troça, do ridículo. Rir, gozo imenso e delicioso, gozo completo...

Dizia à minha irmã, ou dizia-me ela a mim, anda, vamos brincar a rir? Estendíamo-nos lado a lado sobre uma cama, e começávamos. A fingir, claro. Risos forçados. Risos ridículos. Risos tão ridículos que nos faziam rir. Então chegava o verdadeiro riso, o riso inteiro, que nos transportava no seu imenso reventar. Risos sem gargalhadas, redobrados, desordenados, desenfreados, risos magníficos, sumptuosos e loucos... E ríamos até ao infinito do riso dos nossos risos... Oh rir! rir de prazer, o prazer de rir; rir: é tão profundamente viver.


Extracto de Parole de femme, de Anne Leclerc, citado a su vez en O Livro do Riso e do Esquecimento, de Milan Kundera -que es donde lo he leído yo.

[PD Edit: llevo un rato buscándolo por Internet y no hay manera de encontrarlo, de una vez, a precio razonable y en un idioma que comprenda, ouch!]

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